sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Bicicletário.

Blumenau carece de uma rede de ciclovias interligadas, que dê a possibilidade do ciclista poder se deslocar de um ponto da cidade ao outro em segurança. Um primeiro passo foi a ciclovia encima da calçada, solução que espero ser temporária. Este modelo de ciclovia não me agrada.

Mas uma rede de ciclovia cria outro problema, que é; Onde estacionar uma Bicicleta?

A solução lógica, Bicicletários.

Blumenau tem uma falta enorme de bicicletários, no centro da cidade os bicicletários públicos estão na Praça Dr. Blumenau, ao lado da escadaria da Catedral e na Praça Victor Konder. Todos este pequenos, com capacidade para menos de 1 dezena de bicicletas.


Bicicletário público ao lado da escadaria da catedral

O restante dos Bicicletários ou estão localizados fora do centro ou são particulares.

Os particulares são poucos, o maior deles, no Shopping cobra, pelo que já ouvi e li, R$3,00. Já mandei e-mail para este estabelecimento, mas até o momento, quase 2 meses, só retornaram uma mensagem automática.

Não é errado o estabelecimento cobrar um valor para dar segurança a uma bicicleta, mas desde que este valor seja condizente com o veiculo, uma bicicleta, destas vendidas em lojas não especializadas, inclusive por loja do shopping, custa umas 60 vezes menos que um carro popular e ocupa 8 vezes menos espaço.

O negócio é ficar arrumando poste, bancos, grades entre outros para amarrar a bicicleta.


Bicicleta amarrada a grade na frente do Shopping.


Biciccleta amarrada em poste, na 15 de Novembro.

Outro ponto a ser discutido é o modelo de bicicletário a ser usado.

Em Blumenau os bicicletários mais comum são aqueles formados por paraciclos em que a roda da bicicleta fica presa em uma cavidade, estes são formada por um bloco de cimento ou ferro. Este tipo têm inconvenientes, pois o peso da bicicleta fica colocado lateralmente sobre o aro e raios, podendo danificar estes. Para quem tem freio a disco é um problema, pois o disco pode bater na borda da cavidade. Alem de que este modelo não facilita a colocação de cadeados.


Um dos Bicicletários da FURB com paraciclos que podem danificar os aros das bicicletas.


Bicicletário da Rodoviária, também do modelo mais comum e não recomendado.

Um modelo é o pendurado pelo guidão da bicicleta. Este modelo havia no Angeloni mas é desagradável de ser usado, tanto para acomodar a bicicleta como para passar o cadeado.

Um terceiro modelo de bicicletário e que é o ideal, é formado por paraciclos onde se apóia o quadro da bicicleta e que possibilita colocar o cadeado diretamente no quadro sem o problema de ter que fazer malabarismos.

Este modelo pode ser de forma simples, como os utilizados pelo Banco do Brasil em Indaial e Timbó, ou estilizados, como um que tem no centro de Blumenau, perto da Zaz Color da 15.


Bicicletário Banco do Brasil, Indaial (foto Jandir Haack)


Paraciclo Zaz Color, na Rua 15 de Novembro


Bicicletário: local destinado ao estacionamento de bicicleta.

Paraciclo: é o suporte para bicicleta, que faz parte do bicicletário.


Para saber mais:

Transporte Ativo

Via Ciclo

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Carta Aberta para Clóvis Reis sobre Mobilidade Urbana

Caro Clóvis Reis

Costumo ler e ouvir muitos absurdos na imprensa local, mas nunca tive a mínima vontade de responder formadores de opinião como Tonet, Ostermann e Alexandre José. Não respondo porque sempre desconfio de que as coisas que eles dizem, não se tratam necessariamente de suas opiniões, mas estes absurdos são maneiras de gerar polêmica e permitir a circulação de uma leitura muito rasteira de sociedade

Mas quando li seu artigo em defesa dos automóveis intitulado “Aumento da área Azul” senti a necessidade de me manifestar. Se escrevo é porque sei que sua opinião é sincera e que você, assim como outros, foi sendo obrigado a utilizar o automóvel privado na medida em que as outras possibilidades de locomoção foram sendo restringidas. Além disso, sei que em uma sociedade em que a regra é sobrepor os interesses privados sobre os interesses coletivos, a confusão entre direitos e privilégios é uma constante.

É para garantir os privilégios do teu carro que admitimos a morte anualmente de um milhão de pessoas no trânsito mundialmente, sem contar as mortes decorrentes de doenças ligadas a poluição atmosférica. Por isso, não basta campanhas moralistas que centram o problema na juventude e no consumo de bebidas, pois o carro em sua essência é uma grande massa de metal se arremessando sobre outros carros e pessoas. Atualmente qualquer deslocamento na cidade implica esquivar-se destas máquinas de destruição.

Para garantir os privilégios do teu carro é que foram reduzidos os espaços de convivência pública nas cidades. Seu barulho é constante, seu gás é sufocante e somente o espaço que ocupa para o estacionamento é muito superior a área que a maioria das pessoas do planeta utilizada para viver.

Para garantir os privilégios do teu carro é que a Furb precisou comprar e devastar os terrenos que circundam a Universidade. E como se não bastasse, para garantir seu conforto e sua segurança toda a cobertura do espaço foi tomada por pedra e cimento, impedindo a existência de ambientes humanamente mais agradáveis com gramados, árvores de sombreamento, bancos e mesas em lugares onde as pessoas possam ter uma sociabilidade saudável (como é comum nas grandes Universidades). Além disso, esta minoria que faz uso do carro para se deslocar para a Furb, impossibilita a existência de um terminal de ônibus que garantiria o acesso dos alunos e servidores de Blumenau e das cidades vizinhas;

Para garantir os privilégios do teu carro é que a Furb e o Giassi construíram a passarela sobre a Rua Antônio da Veiga, já que valoriza o fluxo dos automóveis e torna a vida do ciclista e pedestre ainda mais complicada. Se subir pela passarela é preciso caminhar um trecho de pelos menos uns 60 metros a mais. Se insistir em atravessar pela faixa corre-se o risco de ser atropelado, já que com a passarela, ocorreu um aumento da velocidade naquele trecho.

Em nenhuma sociedade deste planeta estes privilégios podem ser vistos como direitos. O automóvel privado, assim como as mansões na beira do mar, não pode ser universalizado e por isso a defesa de seu uso é imoral. Além disso, está mais do que provado de que a saída para os problemas de mobilidade não significa a construção de mais vias para circulação. Tais empreendimentos são resoluções provisórias e têm um alto custo econômico, social e principalmente, ambiental.

Apesar disso, não acho que tenhamos que acabar completamente com o automóvel privado em nossa sociedade contemporânea. Mas tenho certeza que o seu uso precisa ser duramente restringido e aqueles que querem garantir a permanência de tais privilégios, precisam pagar por isso. Muitas cidades que investiram em uma mobilidade urbana humanizada, aumentaram significativamente a tributação na produção, compra e circulação de automóveis. Afinal, se seu uso é privado, seus custos não podem ser socializados em detrimento da maioria da população. Diante disso, sou favorável a maior taxação do uso do automóvel em Blumenau. E quero dizer mais: que os impostos cobrados dos proprietários de automóveis sejam revertidos a fundos públicos de mobilidade. Tal medida permitiria um investimento significativo no transporte coletivo, nas ciclovias e na humanização das nossas cidades.

Abraços,

Ricardo Machado



Retirado do Blog: umescambau

Matéria de Clóvis Reis no SANTA

Ricardo Machado, é professor de História da FURB.

domingo, 25 de outubro de 2009

5ª Bicicletada de Blumenau.

No Sábado dia 24/10/2009 ocorreu a 5º Bicicletada de Blumenau. Com saída do Parque Ramiro Ruediguer.



Uma bicicleta que chamou a atenção foi esta ai, bem equipada com sistema de luzes, pisca traseiro, antena, buzina entre outros apetrechos.

O dono da bicicleta conversando sobre ela e sobre a Bicicletada

Saída do Parque


Alguns ciclistas decidiram ir pela ciclofaixa compartilhadas, encima das calçadas, mas vendo as imagens já dá para notar que se um grande grupo de ciclistas for utilizar estas faixas ao mesmo tempo, tornaria a convivência bicicleta pedestre um grande caos.



A Guarda Municipal de Trânsito compareceu na Bicicletada, pedindo para que todos andassem na borda próximo ao meio fio. Coisa que se mostraria impraticável, pois seria uma fila de mais de 35 bicicletas, com o direito a 1,5 metros de espaçamento lateral garantidos no código nacional de transito, sem contar a largura da própria Bicicleta.

Após argumentos a Guarda apenas acompanhou a manifestação.



Na Rua 15 de Novembro, no retorno, nesta hora ocorreu um fato interessante de nota, o transito não estava sendo regulado em sua velocidade pela manifestação e sim a manifestação estava sendo regulada em sua velocidade pelo transito. Se não houvesse os carros a manifestação seria mais rápida.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Carro.

Não sou contra o carro até tenho o meu, mas a cultura que é disseminada em volta deste objeto chega a ser hilariante.

O vídeo abaixo é justamente isto, uma visão da cultura do carro.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Desfile Oktoberfest 2009

Os desfiles da Oktoberfest são marcados por diversos veículos movidos a tração humana. Na sequência imagens de alguns deles.









Vídeo:




Um veículo que chamou a atenção, foi este a seguir, pois parece ter como fonte de inspiração um modelo Holandês, que aparece no vídeo logo abaixo.




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

EFSC.

Em 13 de março de 1971, os Blumenauenses ouviram pela ultima vez o apito oriundo de uma locomotiva da EFSC.


A desativação da ferrovia, em minha opinião, foi um retrocesso para a região, pois se depredou um sistema de transporte de massa e de carga de custo mais baixo em favor de um sistema rodoviário.


As escolhas feitas por nossos dirigentes em 1971 afetam a comunidade de hoje, vemos os acidentes envolvendo caminhões, automóveis e ônibus, pedimos pela duplicação de rodovias, reclamamos do preço da passagem de ônibus urbano e rodoviário, Itajaí caminhões contêineres passando pelo meio da cidade, entre outros problemas.


Os vestígios da EFSC ainda estão na nossa sociedade, é só ir ao desfile da Oktoberfest, que logo passa um veiculo estilizado em forma de trem, ou na Beira Rio ao avista a Ponte Aldo Pereira de Andrade (Ponte de Ferro). Mas o maior monumento a incompetência e a ignorância de nossos administradores esta depositada enfrente a Prefeitura de Blumenau, a Velha Macuca, nosso símbolo de Progresso.


Macuca, Foto do Site da Prefeitura de Blumenau


Ponte José Pereira de Andrade. Foto Arquivo Jóse ferreira da Silva.


O que um assunto sobre trem está fazendo em um Blog sobre Bicicleta?


A resposta é simples. Em 1971, com a escolha do modal baseado em rodovias, foi instituído o fim do transporte em massa de baixo custo, em favor de uma cultura automobilística individualista de alto custo. Em 1971 começo em Blumenau a chamada “carrocracia”, governo do carro, onde toda a infra-estrutura pública de mobilidade é voltada ao automóvel como forma de transporte individual.


Hoje ao falar em, reurbanizar vias, construir ciclovias ou construção de corredores exclusivos para ônibus, temos como primeiro obstáculo a diminuiçãodo espaço do carro. Vista por parte de nossa sociedade como coisa absurda e intolerável.


A atual luta por um sistema de transporte público mais digno e um sistema multimodal de transporte mais eficiente, que respeite o outro, teve em 1971 um capitulo negativo, pois diminuiu as opções de transporte.


Desfile Oktoberfest 2009, veiculo estilizado.


Desfile Oktoberfest 2009, veiculo estilizado.


Ponte de Ferro da EFSC em Indaial. Foto Jandir Haack


Para saber mais sobre a EFSC: http://www.tremtur.wlive.com.br/default.php?pg=conteudo&area=EFSC

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bicicletada

Cartaz do movimento Bicicletada de Blumenau.


"A Bicicletada é um movimento sem líderes inspirada na Massa Crítica, ou Critical Mass, uma 'coincidência organizada' que começou a tomar as ruas de São Franscisco nos EUA no início dos anos 90". ( Texto retirado do site http://www.bicicletada.org/)




domingo, 4 de outubro de 2009

Com vontade política dá.


Durante o Debate sobre Mobilidade Urbana que ocorreu na FURB (21 de setembro 2009), uma frase proferida pelo representante do Sindicato dos Motoristas de Ônibus, Ricardo Freitas, me chamou a atenção "Se houver vontade política consegue".

Deu para entender que o problema não é falta de estrutura ou de dinheiro e sim a falta de vontade de nossos políticos de mudar o statu quo.

Outra coisa proferida por ele, que chamou a atenção, é que nossa sociedade (Blumenau e vizinhança) adora dizer que é a Europa Brasileira, mas na hora de se falar em mobilidade urbana gostam de se espelhar no modelo individualista Estadunidense que dá privilégio aos carrões.



Imagem Debate Sobre Mobilidade Urbana, infelizmente poucos cidadões participam destes debates.
Assim escolhi um exemplo estadunidense para provar que com vontade política pode dar certo e você melhorar a vida dos cidadãos.

O vídeo a seguir é sobre New York City, entre os anos de 2005 e 2009, as imagens falam por si. Mesmo o vídeo sendo todo em Inglês dá para estender.


Video retirado do site: http://www.streetfilms.org/

Devo salientar que estas mudanças ainda estão em andamento, pois há partes de NYC onde as ciclovias ainda não são separadas fisicamente dos carros. E a cidade quer até o Final deste ano contar com 480Km de Ciclovias. Isto é vontade política.

sábado, 3 de outubro de 2009

Integralismo.

Entre os anos de 1934 e 1938 Santa Catarina se transformou no estado com a terceira maior concentração de integralistas do Brasil. A cidade de Blumenau foi um dos principais núcleos deste movimento, que se assemelhava em muitos pontos com Fascismo Italiano e com o Nazismo.

Havia diferenças pujantes entre os movimentos, uma delas é o nacionalismo tupiniquim, sua defesa de um povo formado por três raças. Assim brasileiro era aquele que aqui nascia ou adotou esta nação como pátria.

Os Integralistas, pelo menos nos desfiles, apareciam com uma seção de Bicicletas.

Abaixo duas fotos deste movimento, a primeira é de Blumenau, foto recolhida junto ao Arquivo José Ferreira da Silva, a segunda é de Joinville, difundida pela internet.



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ciclovias

Blumenau esta passando por uma mudança, ainda não sei se eleitoreira ou séria, só o tempo vai dizer. Estou falando da criação de ciclovias compartilhadas na Rua 7 de Setembro.

Mas estas ciclovias sobre as calçadas, simplesmente pararam, chegam até o Shopping, que cobra R$3,00 reais por bicicleta em seu estacionamento.

Proximidade da Oktoberfest 2009? Lei que proíbe ciclovias em calçadas? Ou falta de interesse, já que O Dia Sem Carro já passou?

E falando sobre ciclovias, esta semana quando passava pela FURB, perto da passarela da Antonio da Veiga, notei aquele projeto de ciclovia ao estilo Beira Rio (Av. Castelo Branco), tijolos vermelhos ciclovia e tijolos cinzas pedestres. Fiquei imaginando: Quando irão tirar aqueles postes e o telefone público da área de ciclovia? Não seria mais fácil tirar estas coisas antes de fazerem a calçada? Ou será que vão deixar assim?



Foto da ciclovia na frente da FURB. Que espero, tenha seus obstáculos removidos.


Obs: A lei referida que proibe o trafego de Bicicletas sobre calçadas, que parece ter sido apresentado em uma rádio, é a 5.211/99. Esta lei foi revogada pela lei 7161/07.