Reportagem Hoje no Jornal de Santa Catarina sobro a rota de Cicloturismo Costa Verde e Mar, incrivelmente Blumenau está entre 2 das principais rotas cicloturistas do País, e não tem plano de mobilidade eficiente e nem um circuito cicloturistico.
Blumenau poderia fazer parte de uma destas duas rotas, ou ainda ser um caminho seguro entre estas duas rotas, lembrando que entre Luiz Alves (Costa Verde Mar) e Pomerode (Vale Europeu) temos a Vila Itoupava.
Como Blumenau poderia cria junto com Gaspar e Ilhota (Costa Verde Mar) uma rota segura para cicloturistas usando parte do antigo leito da Ferrovia.
A reportagem:
Repórter se impressiona com visual deslumbrante e as subidas pedalando pela Costa Verde e Mar (link)
Roteiro completo de Cicloturismo dura seis dias e passa por 11 municípios
Dagmara Spautz
A promessa era de uma pedalada por paisagens de cair o queixo. No roteiro, praias e bucólicas estradas de interior, daquelas que são um convite a esquecer o mundo. Tudo perfeito, não fosse por um detalhe: o fato de eu não pedalar a sério há uns 20 anos.
Os dias que antecederam minha odisseia ciclística foram tomados por uma certa apreensão. E se eu não conseguisse mais me equilibrar sobre a magrela?
O dia marcado para o desafio amanheceu reluzente. Mochila nas costas, subi na bike levando o medo de pagar mico. Mas, afinal, tem razão quem diz que andar de bicicleta é uma daquelas coisas que nunca se esquece. Bastou a primeira pedalada para que eu voltasse à infância. O vento no rosto e a sensação de liberdade anunciaram o que me esperava.
O roteiro completo de Cicloturismo da Costa Verde & Mar dura seis dias e passa por 11 municípios. Sem tempo para cumprir os 270 quilômetros do trajeto, escolhemos alguns trechos para a aventura. Tive a sorte de contar com a companhia de Carlos Beppler, ciclista experiente e um dos idealizadores do circuito.
As pedaladas começam na Barra Sul, em Balneário Camboriú, onde está o marco inicial do roteiro. O destino é a Praia dos Amores, onde fizemos a primeira parada. Bicicletas em punho, desviamos o caminho para subir os 900 metros do Morro do Careca.
A escapadinha dá direito a um visual incrível. De um lado, a Praia Central de Balneário Camboriú. Do outro, a Praia Brava se desdobra, linda, até o Canto do Morcego, perfeito para voo livre na região.
Morro abaixo, seguimos até a Lagoa da Brava. De pés descalços, é preciso empurrar a bike lagoa adentro para chegar a Itajaí. O roteiro manda seguir até a Praia de Cabeçudas, mas, resolvemos experimentar um pouco do que Camboriú tem.
De carro, chegamos ao Bairro Rio Pequeno. Estrada de chão batido, empoeirada, cercada por paredões de rochas feitas sob medida para uma escalada radical.
A estradinha sinuosa, cheia de verde ao redor, que separa Camboriú de Itapema, já foi o único caminho para a Capital. Delícia de sensação pedalar por ali: o chão batido deixa a bicicleta mais leve, e nem o calorão do meio-dia, que dá um ar quase de deserto ao trecho, foi capaz de estragar a surpresa de ver o mar esverdeado aparecer, ao longe, entre as árvores
Tombo e língua de fora
Pensei que a estrada do Morro do Encano, com suas pedrinhas soltas, seria prato cheio para derrubar uma ciclista menos experiente, e responsável pelo meu fiasco. Me enganei. O único tombo que levei aconteceu já no asfalto, em Itapema. Numa tentativa de descer da bike, alta demais para meu 1,60 metro, não alcancei o chão e me empacotei.
Já era metade da tarde, e não tínhamos tempo para terminar o trajeto, que seguiria ainda por Porto Belo até Zimbros. Escolhemos a Rodovia Interpraias, que fecha o roteiro.
Foram subidas pesadas e um sol escaldante refletido pelo asfalto — calor que nem uns bons goles de água eram capazes de aliviar. Para compensar, a visão das praias agrestes de Balneário Camboriú. Já cansada, me obriguei a descer e carregar a magrela pela maior parte do caminho. O passeio, que começou em animadas pedaladas, terminou a pé.
Só no dia seguinte, pés e pernas doloridos, percebi os hematomas que ganhei como lembrancinha do tombo. Fiquei com a sensação de que ainda há muito para ver e que, mesmo as paisagens já conhecidas, ganham um colorido novo quando você se arrisca. Estou pronta para a próxima!
Quer tentar?
O circuito completo dura seis dias e já foi feito por cerca de 800 ciclistas do mundo todo desde 2009, quando foi lançado.
O trajeto inicia na Barra Sul, em Balneário Camboriú. No Parque Unipraias, você consegue um guia impresso, que vai explicar qual o caminho a seguir e onde estão os trechos mais difíceis.
Evite fazer o circuito sozinho, até porque algumas áreas são bem desertas, principalmente no interior.
Leve protetor solar, água e use roupas leves e calçado fechado, além do equipamento de proteção. Capacete é indispensável. Também é recomendável carregar capa de chuva.
O ideal é pedalar cerca de 45 km por dia. Em todo o trecho, há hotéis e pousadas.
O custo médio do circuito, incluindo refeições e hospedagem, é de R$ 80 por dia, por pessoa.