sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mobilidade urbana e bicicletas

No dia 11 de setembro, no Jornal de Santa Catarina, foi publicado o seguinte artigo do Sr. Lauro Bacca:

Matéria:


Mobilidade urbana e bicicletas(Link)

Quando o assunto é mobilidade urbana, ainda predomina na cabeça de muitas pessoas a lógica do planejamento centrado no automóvel. Como todos sabem, nossas ruas estão cada vez mais entupidas com carros que ocupam espaço e transportam, na sua grande maioria, um único passageiro. Se na busca de soluções para os congestionamentos ficarmos apenas tentando dar mais mobilidade ao automóvel, não chegaremos a lugar nenhum. Veja-se o exemplo de São Paulo. Com centenas de viadutos, túneis, minhocões, vias expressas e “semiexpressas”, avenidas invadindo os leitos primário e secundário de rios, o que mais se vê na maior cidade do país é trânsito engarrafado, devagar-quase-parando. Aliás, cada vez mais parando.

Os automóveis vieram para ficar. Apesar do grande impacto ambiental que eles causam como um todo (e pouco adianta nos iludirmos com os tais carros “ecológicos” que estão inventando por aí), ninguém vai querer abdicar da extraordinária independência e mobilidade que eles nos proporcionam. O que não pode continuar é nossa dependência a este tipo de veículo para os nossos deslocamentos de cada dia. Aí entram como principais soluções o transporte coletivo de qualidade, trens de superfície, os caríssimos metrôs, vias exclusivas de ônibus, aeromóvel, transporte coletivo fluvial (por que não em Blumenau?) e até o incrível ônibus sobre trilhos que os chineses planejam fazer passar por cima dos carros no trânsito.

Outra forma de aliviar os problemas é ficar trabalhando e resolvendo seus problemas no computador em casa, sem necessidade de sair tanto às ruas. Existe ainda, claro, a alternativa de deslocamento mais versátil, econômica, saudável e de mais fácil implantação, a bicicleta.

É incrível como ainda tem gente que torce o nariz para as ciclofaixas e ciclovias em Blumenau. Reclamam que as magrinhas vão roubar ainda mais o pouco espaço dos automóveis. Parece que esquecem que cada ciclista pode corresponder a um carro a menos nas ruas. Além disso, se observarmos bem, ainda há muito espaço disponível, como na Alameda Rio Branco, onde sobram cerca de três metros ociosos em cada sentido de direção de trânsito, que poderiam estar ocupados por ciclofaixas, sem maiores prejuízos ao espaço dos carros.

Na revitalização da Rua Amazonas, o espaço ocioso está sendo muito bem aproveitado. Concluídas as obras, serão seis quilômetros em ambos os sentidos sobre a espinha dorsal de um dos mais populosos bairros da cidade, quase tudo em terreno plano, o que é muito importante para bicicletas, permitindo um pedalar relativamente seguro e prazeroso. Se tudo for bem feito, junto com a fase de adaptação e educação de ciclistas e motoristas, só não andará de bicicleta no Distrito do Garcia quem não quiser.

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