quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Rio de Janeiro. Transporte na visão de um Blumenauense

Bom fui ao Rio de Janeiro a “Cidade Maravilhosa”. É grande,  mas não é como alguns pregam na TV, as diferenças sociais estão mais amostra que Blumenau. Acredito que um dos motivo esteja na falta de um programa social decente e abrangente, que passe pela saúde, educação, saneamento, lazer, cultura e transporte. Não que Blumenau tenha um programa abrangente e eficiente, estamos longe disto, mas também estamos longe do que ocorre no Rio. 

Uma coisa, que me chamou a atenção sobre o Rio, e que vi na televisão, é a barreira que teria a função de proteger os motoristas de arrastão na linha vermelha. Vendo em loco, a sensação que é um engodo, aquilo tem outra função, pois é tão frágil, que até ambulantes conseguem burlar, para vender água no meio do engarrafamento.

Localizados nas laterais da linha vermelha, que liga o Aeroporto do Galeão ao centro da cidade, são painéis de acrílico opaco e de concreto pré-moldado. A parte de acrílico quase toda com desenhos que imitam grafites, a primeira impressão é que foi algum grafiteiro que fez, mas logos se nota que os grafites se repetem em uma seqüencia, foram feitos antes da instalação dos painéis.

A verdadeira função destes painéis, ao meu ver, é esconder a favelas que se encontram junto a via, e dar ao turista e aos cidadãos das consideradas classes mais abastadas uma, falsa, sensação de segurança.

É mais barato esconder a sujeira, no caso a falta de investimento na área social, do que fazer uma verdadeira limpeza, um programa social que valorize as pessoas. 


Ao fundo da imagem a barreira criada para uma pseudo proteção dos motoristas, quando a formula mais eficiente seria um investimento no bem estar social.

Mas a cidade tem um patrimônio arquitetônico, infelizmente nem sempre cuidado, e uma miscelânea cultural incríveis. Na cidade você “sente a história”, há monumentos que retratam a história oficial e que ao mesmo tempo contrapõem esta. Um exemplo é na Praça XV de Novembro onde há uma estatua de Dom João VI. (Representação da república e reinado).

Mas vamos esquecer um pouco das minhas teorias sociais e vamos ao assunto do Blog, meios de transportes, principalmente bicicletas.

Pretendo fazer uma série de matérias sobre o sistema de transporte do Rio de janeiro, Niterói e Petrópolis, tendo a minha visão, um blumenauense, acostumado com o nosso modelo de gerenciamento de transporte.

Foram 4 dias na região onde usei diversos modais de transportes a pé, táxi, ônibus urbano e intermunicipal, balsa, trem turístico e metro. Apesar de não ter andado de bicicleta consegui ter uma boa idéia de como é a vida sobre rodas movidas a tração humana naquela cidade.

No Rio tive surpresas positivas e negativas quando se fala de transporte  se comparado a Blumenau.

Só adiantado:

- A imagem abaixo é do Museu do Futebol no Maracanã, esta bicicleta era usada como meio de transporte durante a construção do estádio.


-Ciclovia que acompanha boa parte da orla do Rio de Janeiro.


Um comentário:

  1. Batata, como carioca e ex-morador do Rio de Janeiro até o início deste ano, digo que sua análise foi perfeita!

    "Uma coisa, que me chamou a atenção sobre o Rio, e que vi na televisão, é a barreira que teria a função de proteger os motoristas de arrastão na linha vermelha. Vendo em loco, a sensação que é um engodo, aquilo tem outra função, pois é tão frágil, que até ambulantes conseguem burlar, para vender água no meio do engarrafamento.

    Localizados nas laterais da linha vermelha, que liga o Aeroporto do Galeão ao centro da cidade, são painéis de acrílico opaco e de concreto pré-moldado. A parte de acrílico quase toda com desenhos que imitam grafites, a primeira impressão é que foi algum grafiteiro que fez, mas logos se nota que os grafites se repetem em uma seqüencia, foram feitos antes da instalação dos painéis.

    A verdadeira função destes painéis, ao meu ver, é esconder a favelas que se encontram junto a via, e dar ao turista e aos cidadãos das consideradas classes mais abastadas uma, falsa, sensação de segurança.

    É mais barato esconder a sujeira, no caso a falta de investimento na área social, do que fazer uma verdadeira limpeza, um programa social que valorize as pessoas."


    Sim, a idéia é justamente essa!

    Os painéis foram colocados neste ano a fim de substituirem as grades, q segundo o (des)governo, era para permitir maior segurança, já que os moradores da região rompiam as telas e transitavam pela Linha Vermelha.
    Bem, os moradores continuam rompendo, dessa vez os painéis, cuja principal função é realmente esconder o marginal (n o bandido, mas quem vive a margem da sociedade).

    O Bondinho de Sta Teresa é uma delícia, passeio bucólico, recomendo.

    Já o do Pão de Açúcar é para turistas. R$40,00 o passeio. Para uma família comum (pai, mãe e um filho), R$120,00. Surreal para uma cidade onde o custo de vida é altíssimo.

    Esperarei as próximas notícias para complementar a visão do visitante c a de um ex-morador.

    Abçs e parabéns pelo post!

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