terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Fiasco das bikes.

Já postei aqui um texto do Professor  e colunista do Jornal de Santa Catarina Maicon  Tenfen, quando ele fez uma descrição detalhada do "Blumenauense Fundamental". No dia de ontem ele escreveu na sua coluna no jornal o seguinte Texto:


O fiasco das bikes (Link)


Olha, eu nem pretendia tocar no assunto, mas a indignação dos leitores do Santa é tão onipresente nas cartas da página 2 que, movido por sentimentos humanitários (e por uma pontinha de sarcasmo), vejo-me na obrigação de discutir o fracasso do aluguel de bicicletas em Blumenau. Segundo boa parte dos leitores que se manifestaram, as bikes foram retiradas devido à ausência de infraestrutura adequada para o tráfego de ciclistas, isto é, devido à ausência de ciclovias de verdade, diferentes desses riscos fajutos que pintaram nas calçadas. Mas tem um detalhe importante: na época em que improvisaram as tais ciclofaixas, em 2009, muitos habitantes da cidade e, pior, inúmeros especialistas em desenvolvimento urbano bateram palmas para a preguiça da prefeitura.

Lembro bem disso porque, em 13 de outubro de 2009, fiz o seguinte comentário aqui na coluna:

“Os especialistas aprovam (as ciclofaixas) e, segundo enquetes realizadas entre os blumenauenses, tanto pedestres quanto ciclistas não veem problema na iniciativa, acreditam que há espaço para todos e que as faixas são sinônimo de segurança (...) Ora, a ideia das ciclofaixas sobre as calçadas é bastante estranha para um matuto como eu. Na época em que me locomovia de bicicleta, aprendi uma regra de ouro (...): se estiver pedalando, JAMAIS trafegue sobre as calçadas, pois elas são o habitat natural dos pedestres.” Terminei o texto perguntado se o “golpe” das ciclofaixas, em vez de resolver um problema e representar o progresso da cidade, não estaria criando um transtorno para todos nós.

Como sempre, optou-se por acreditar que eu – e outros críticos da impostura das ciclofaixas – gosto de nadar contra a corrente. É que Blumenau tem um conceito muito peculiar de civilidade e desenvolvimento. Preferimos a comodidade da aparência à trabalhosa mão-de-obra da essência. Se um problema PARECE resolvido, se PARECE aos olhos dos turistas de outubro que temos “ciclovias” e bicicletas de aluguel, então tudo está muito bem.

Mas sejamos otimistas. Quem sabe, depois desse fiasco inicial, alguém da prefeitura resolva investir com responsabilidade no transporte ciclístico. Caso contrário, se for só para remediar, será melhor que, apesar da nossa notória mania de grandeza, admitamos a nossa condição de cidade incrustrada numa desamparada republiqueta de terceiro mundo.
 

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